PAULO RIBEIRO CECI N'EST PAS UN FILM - DUETO PARA MAÇÃ E OVO
PAULO RIBEIRO CECI N'EST PAS UN FILM - DUETO PARA MAÇÃ E OVO
Não ilustramos um filme. Dialogamos com imagens, imagens com passado mas com futuro incerto.
Imagens que se vão habitando de gente, de vivências, de histórias suspensas...
Imagens que caminham para o dueto da maçã e do ovo que, por sua vez, sugere a elevação do amor.
Amor... Imagem entre o tempo que se arrasta rodopiando sobre si próprio e o dueto que, de tanto querer voar, se amarra ao chão.
Amor que se torna possessivo, exigente, dependente, desesperado, exaltado, sufocante; mas também patético, cómico, trágico-cómico, lúdico, frívolo, virtuoso, sinuoso, cabotino e esvaziado. Amor que derrapa nos fantasmas da negritude da alma e da hiperatividade como forma de exorcizar a ilusão ou a desilusão!...
Sem narrativas fechadas, sem dramaturgia esmagadora, sem a obrigação de tudo perceber, enveredamos por um mundo de sentidos que são os da vida na sua configuração mais simples de se afirmar. Em simultâneo e, indelevelmente, convocamos Magritte a acompanhar-nos.
Paulo Ribeiro
Autoria, Coreografia e Espaço Cénico – Paulo Ribeiro
Colaboração – Cine Clube de Viseu
Seleção de Filmes – Cine Clube de Viseu
Interpretação - Ana Jezabel e João Cardoso
Música – The boys From Brazil/ Segredo Suba, Balenescu Quartet/ Unging Upsidedown, João Parahayba/ Night Sings (tribute), Barbara/ Ne me Quite Pas, Jacques Brel /Ne me Quite Pas, Simone Oliveira / Não me vais deixar (Ne me Quite Pas), Balanescu Quartet/ Autobahn
Figurinos – José António Tenente
Desenho de Luz – Cristóvão Cunha
Assistente de Produção e Técnica - Tomás Pereira
Duração - 50’
Paulo Ribeiro fundou a Companhia Paulo Ribeiro em 1995, para a qual criou as obras: Sábado 2, Rumor de Deuses, Azul Esmeralda, Memórias de Pedra – Tempo Caído, Orock, Ao Vivo, Comédia Off -2, Tristes Europeus – Jouissez Sans Entraves, Silicone Não, Memórias de um Sábado com rumores de azul, Malgré Nous, Nous Étions Là, Masculine, Feminine, Maiorca, Paisagens – onde o negro é cor, Jim, Sem um tu não pode haver um eu e recentemente, A Festa (da insignificância).
O trabalho com a companhia permitiu-lhe desenvolver a sua linguagem pessoal como coreógrafo. Em 1996, a obra Rumor de Deuses foi distinguida com os prémios de Circulação Nacional, atribuído pelo Instituto Português do Bailado e da Dança e Circulação Internacional, atribuído pelo Centro Cultural de Courtrai, ambos no âmbito do concurso Mudanças 96. Esta obra foi ainda distinguida com o Prix d’Auteur, nos V Rencontres Chorégraphiques Internationales de Seine-Saint-Denis (França), com o New Coreography Award, atribuído pelo Bonnie Bird Fund-Laban Centre (Grã-Bretanha) e o Prix d’Interpretation Collective, concedido pela ADAMI (França). Em 2001 recebeu o Prémio Bordalo da Casa da Imprensa.
Em 2009, a distinção Coreógrafo Contemporâneo, no 1º Portugal Dance Awards, e a do Público, no Dance Week Festival da Croácia. Em 2010 foi galardoado pela Sociedade Portuguesa de Autores com o Prémio de Melhor Coreografia para a peça Paisagens – onde o negro é cor.
Em acumulação com o trabalho na companhia de autor, Paulo Ribeiro foi Comissário do ciclo Dancem!, em 1996 e 1997, no Teatro Nacional S. João. Desempenhou, entre 1998 e 2003, o cargo de Director-geral e de Programação do Teatro Viriato/CRAE (Centro Regional das Artes do Espectáculo das Beiras), e foi ainda Comissário para a Dança em Coimbra 2003 – Capital Europeia da Cultura.
Em 2006, regressaria ao Teatro Viriato, para reocupar o cargo de Director-geral e de Programação, isto após a extinção do Ballet Gulbenkian que dirigiu entre 2003 e 2005, tendo nesse período recebido o Prémio Bordalo da Casa da Imprensa Portuguesa (2005) pelo trabalho desenvolvido com esta companhia.
Em 2008, participou como coreógrafo na produção Evil Machines, de Terry Jones, para o Teatro Municipal de S. Luiz. Em 2010, coreografou o espectáculo Sombras, de Ricardo Pais. E em 2011 criou Desafinado, para o grupo Dançar com a Diferença (Madeira), e ainda um quarteto para o espectáculo colectivo Uma Coisa em Forma de Assim, com a Companhia Nacional de Bailado, para a qual criou seguidamente Du Don de Soi, um espectáculo de noite inteira, sobre o cineasta Andrei Tarkovsky e Lídia em 2014. Coreografou La Valse, de Ravel para o filme de João Botelho.
A preocupação pedagógica levou-o a ser o mentor essencial na criação do Lugar Presente – escola de dança associada à Companhia. Para além da disciplina de contemporâneo muito focada numa qualidade técnica específica, leciona regularmente Composição Coreográfica para finais de curso, para o Conservatório Nacional de Dança e ainda, no âmbito do mestrado de Criação Coreográfica Contemporânea, promovido pela Escola Superior de Dança.
© José Alfredo