Residências
candidaturas
Uma coisa de sangue é uma peça de teatro-dança, ou teatro físico, que procura olhar para estruturas familiares e sociais tradicionais e questionar a influência que estas têm para a construção – ou destruição – da liberdade individual. Através do estudo de teorias filosóficas e políticas de liberdade, contratos sociais e contraculturas, a peça convida o público a refletir sobre as suas condutas, moral, ética e sobre as atuais tendências sociais de pensamento extremado e separatista.
Nácar é uma proposta performativa que reflete sobre esquecimento, ficção de memórias. Do árabe naqqára, «tambor», nácar é uma substância dura, irisada, rica em calcário, produzida por alguns moluscos, reveste o interior de diversas conchas e também é libertada como uma reação a um corpo estranho que tenha entrado na membrana epitelial. O corpo estranho causa irritação ao animal que passa a libertar essa secreção isolada para calcificação similar à parte interna da concha, formando uma pérola cujo tamanho varia de acordo com o tempo de resistência ao corpo estranho e das condições climáticas do meio ambiente. Nácar é também a substância que representa os trinta e um anos de um casamento. Desde já há algum tempo que tenho refletido sobre o facto de não ter praticamente nenhum arquivo (fotografias, vídeos, desenhos) sobre a minha infância. Para além dos materiais físicos, as partilhas que me foram transmitidas pelas pessoas próximas com quem cresci são raras e desconexas. Esta ausência de arquivo formou na minha memória um período distante, inventivo e carregado de suposições. A memória é um lugar de energia, armazenamento e evocação, muitas vezes indefinido e construído através da relação de imagens reais com desejos, conflitos e projeções. Este projeto nasce da necessidade de celebração de um espaço e do que este representa para festejar a ironia do que nos é vago e ainda assim tão certo e deslumbrante. Através da construção e desconstrução deste arquivo real e ficcional potencia-se o vigor dos lugares de fragilidade.
Performance apresentada no ciclo Private Collection, ciclo integrado na 12ª edição do festival Family Film Project.
O balleteatro acolhe residências, para as quais abre candidaturas, pontualmente, em períodos a definir. De momento, não há nenhuma open call a decorrer. // Em momento de inscrições, as residências por concurso têm como objetivo criar uma oportunidade a artistas para desenvolver projetos específicos dentro das artes performativas em condições de imersão criativa. As candidaturas devem referir-se a um projeto concreto de trabalho e devem prever pelo menos uma ação que se possa abrir à cidade. Esta ação não deve ser confundida com uma apresentação final resultante do laboratório em si. Os projetos a concurso devem prever trabalho com pessoas locais a selecionar mediante critérios definidos pelo(s) autor(es) do projeto. O dossier de projeto deve conter: apresentação do projeto; título; área artística; sinopse; biografias dos participantes; calendarização; outros apoios existentes e em que formato; outros elementos considerados relevantes.
Este material deve ser enviado para producao@balleteatro.pt.
A duração das residências pode ser variável em função da especificidade de projetos selecionados. Caso o projeto tenha continuidade no futuro, o balleteatro deverá ser referido como coprodutor.