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“O homem está condenado a ser livre, pois lançado no mundo é responsável por tudo o que faz”. Jean-Paul Sartre Se a dança fosse uma figura seria a de um anjo, não no sentido concreto, mas referimo-nos à sua densidade, por conter múltiplos significados e pela inexistência de género. Partimos do princípio que a dança é um ponto cru, nu, vazio, vago e nuclear. Interessa-nos compor propostas coreográficas: danças que exijam uma reflexão sobre a estética da própria dança. A dança em si e por si. É importante não confundir com fluidez e a recusa à não significação do material, mas simplesmente encontrar uma resposta, deixá-la surgir e agarrá-la sem medo. A dança é um recomeço, uma reconstrução, um novo império. Acreditamos que as metáforas aqui funcionam como soluções para permitir a liberdade. Afinal os anjos voam.
A partir da antologia de João de Menezes-Ferreira Estro in Watts devolve à poesia ligada à música rock de 1955 a 1980 o estatuto de cancioneiro popular; À imagem da Ilíada e da Odisseia, que se sabe que foram “colectâneas” de histórias que se iam contando nas praças (histórias de guerras, política, amores e desamores) na poesia da idade do rock também se encontra o contar da vida, da morte, da guerra, da cidade, dos amores e desamores, da solidão, das selvas de cimento, dos “excedentários”, da working-class. Com Estro in Watts ocuparemos essa praça (que ainda é nossa) de todas as manifestações, exclusões e ausências, através da batida trágica que já vem de há milhares de anos atrás, mas que continua a ser cantada por aqueles que não vão desistindo! Gonçalo Amorim
O DISCURSO INTERNO COM AS NOSSAS IDEIAS AQUILO EM QUE PENSAMOS E DE QUÉ FORMA SÃO PENSADAS A INTENÇÃO DESSE PENSAMENTO E A SUA CONCRETIZAÇÃO ASSIM SOU EU EU SOU A INDIVIDUALIDADE E O COLECTIVO SOU PARTE DE UM GRUPO DE TRABALHO
Uma visita guiada por sons que serão a banda sonora de uma auto-coreografia dançada no Jardim de São Lázaro. magnólias - danças - tílias - transeuntes - cedros - aves - camélias - jardineiros o invisível visível o inaudível audível o não percepcionável percepcionado Uma instalação de dança que sugere um olhar atento e revelador sobre o Jardim de São Lázaro e as suas dinâmicas, contrastando com o olhar do quotidiano que por ele passa. Momentos de observação, riso, escuta e danças em contacto com os elementos do Jardim. Talking Lázaro propõe três percursos que partilham o mesmo espaço e que têm uma duração aproximada de quinze minutos cada. O público escolhe a ordem pela qual quer conhecer os percursos, podendo repetir cada um deles durante as duas horas da instalação. Cada percurso pode ser visitado por grupos até 5 pessoas de cada vez. Fruto de duas semanas e meia de trabalho com os alunos do segundo ano de dança da escola profissional BalleTeatro do Porto, apresentado no festival Dias da Dança, Corpo + Cidade nos dias 05 e 06 de Maio.
O CEREJAL foi a última peça escrita pelo dramaturgo Anton Tchékhov e encenada pela primeira vez a 17 de janeiro de 1904 pelo Teatro de Arte de Moscovo numa produção dirigida por Constantin Stanislavski. O autor caracterizava esta peça como uma comédia com alguns elementos de farsa, no entanto Stanislavski insistiu em dirigir a peça como uma tragédia. Desde então os encenadores tiveram que lidar com a dualidade da natureza desta peça teatral. Cinco anos depois, Andréievna volta para à casa onde cresceu e viveu toda sua vida, uma grande propriedade, onde existe um imenso cerejal. Esse lugar, que guarda a memória do seu passado e da sua família, está prestes a ser perdido, devido à sua falência. Perante essa possibilidade, Lopákhin, filho de um antigo criado da família, que ascendeu como negociante, coloca a necessidade de se realizar o loteamento do cerejal para sanar as dívidas da família. Andréievna e o seu irmão Gáev, não aceitam essa proposta e, por isso, a propriedade vai à leilão.
Durante a manhã, caminhou pelos campos onde, com o pai e a mãe que morreram, com os irmãos que partiram, tinha caminhado havia muitos anos. Em cada pedra, imaginava as pedras que tinha tocado quando, com os irmãos, fazia brincadeiras com pedras pequenas e ramos secos. Imaginava os dias em que se riam de assuntos sem importância. Imaginava o sol que cobria cada instante desses dias. Em cada árvore, encontrava horas rasgadas do tempo. Em cada erva nova a nascer. Estava muito tempo a pensar em tudo. in Antídoto de José Luís Peixoto horas rasgadas do tempo é um projeto de dança com os alunos do 1º ano do curso de Dança do Balleteatro Escola Profissional, orientado por Pedro Carvalho. Estruturado a partir das ideias de memórias (pessoais e coletivas), partilha e de existir no presente, o projeto pretende questionar os alunos sobre o seu percurso de vida, quer como indivíduos com historia(s) para contar, quer como pesquisadores da dança (arte que abraçaram como futura profissão). horas rasgadas do tempo constrói-se a partir do universo literário de José Luís Peixoto, nomeadamente da obra Antídoto. É encontrar o movimento que parte do interior do corpo, atravessa cada célula, chega à pele e é partilhado numa transparência emocional que nos leva à verdade. É a verdade da dança de cada um, partilhada.
Floyd Anxiety e Manny Felicity já estão em Las Vegas, nos EU, para o combate de boxe do século ou, no mínimo, o combate dos mil milhões de dólares. A internacional de 31 anos (Anxiety) e a internacional de 29 anos (Felicity) vão enfrentar-se pela primeira vez, e as bolsas de apostas colocam a mais velha como favorita. Invencível “há inúmeros combates”, Anxiety garante que é “a mais esperta” das duas e descreve a rival como “imprudente”. Felicity, por seu turno, garante não estar nervosa mas sim “excitada”. “Tenho algo a provar. Gosto de ser a menos favorita porque o meu instinto matador foca-se nisso”, disse Felicity. O combate, de acordo com os “contabilistas” do desporto, vai movimentar cerca de 1.000 milhões de dólares. As duas pugilistas deverão repartir o “bolo” de 300 milhões de dólares com a maior fatia a cair para a internacional Anxiety, já eleita pela revista Forbes, como a desportista mais bem paga do Mundo (105 milhões de dólares), á frente do português Cristiano Ronaldo. A bilheteira vale cerca 40 milhões de dólares – um recorde. Os ingressos disponibilizados para ver ao vivo o “combate do século”, na MGM Grand Garden Arena, foram apenas mil e valiam entre 1.500 e 7.500 dólares. Voaram em menos de 2 minutos. Os restantes 15.500 lugares serão divididos entre convidados de ambos os pugilistas e patrocionadores. Os direitos televisivos, estimam-se, podem atingir os 250 milhões de dólares. É, de facto, muito dinheiro a mudar de mãos. “Não se trata apenas de fazer dinheiro, mas retribuir. Estamos a tentar fazer a diferença”, disse Anxiety sobre o combate do século. O sino vai escutar-se em breve.
CHEGAR, OCUPAR, HABITAR, SONHAR, CRIAR E VIVER são estes os conceitos a partir dos quais se desenvolve esta performance.
O Poema "O Ator" de Helberto Helder desafia os alunos a explorar a sonoridade do texto e a versatilidade dos corpos.
Performance desenhada por Catarina Miranda em colaboração com os Alunos do 3º ano dança do Balleteatro, a partir de elementos coreográficos do solo RAM MAN (apresentado no TMP/PT, no DanceBox/JP e no Dock11/DE)
Vivemos num mundo globalizado pela informação! A velocidade de acontecimentos mediáticos numa escala mundial imprime um ritmo frenético ao nosso quotidiano. Esbatem-se as fronteiras entre realidade e a ficção, e, simultaneamente, torna-se difícil destingir se é a ficção que imita a realidade ou se é efetivamente o caso inverso. Propomos revisitar alguns dos acontecimentos mais marcantes da nossa história contemporânea, através de um olhar fotográfico, utilizando o corpo como matéria plástica e o recurso à polissemia dos objetos para reinventar novos cenários e novas dramaturgias.
Partimos da mão, das luzes fortes e artificiais, do homem e da mulher sem mão, das/dos personagens e das histórias e dos pensamentos “à falta de melhor termo” de “Figurantes”. Eles, os alunos, são responsáveis-conscientes desta comemoração inacabada que não se pretende mais do que é. Mutável e sujeita a transformações e adaptações. Mas apenas porque as palavras são o início …
Quando nós, os mortos, despertarmos, a última peça escrita pelo dramaturgo norueguês Henrik Ibsen, publicada em 1899 e encenada pela primeira vez no ano seguinte, retrata o indivíduo e a perda irremediável de si mesmo, a presença de um corpo ausente e ausência de um corpo presente e o sacrifício e a violência de uma vida pela arte. Rubek, e sua mulher Maja, passam o Verão numa estação balneária de uma pequena cidade. Enquanto lida com a tensão e estranheza da relação, Maja aproxima-se de Ulfheim, um rude caçador. Entretanto, Rubek reencontra Irene, uma bela mulher do seu passado que lhe desperta memórias, desejos e que aprofunda a sua crise. O drama termina bem longe da planície, numa alta montanha onde procuram o intenso (e inalcançável?) desejo pela vida.
Numa aldeia dominada pelo monocromatismo, provocada pelo afastamento de “Ricky”, o rei da moda que partiu à conquista de novas tendências para terras de Milão... eis que regressa, para acabar com a tirania do polyester... “Robinho dos Crocs”, braço direito de Ricky, um aventureiro das passereles, justiceiro de agulha e dedal, criador de novas tendências. Será Robinho dos Crock’s capaz de devolver o estilo ao seu povo?