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SEQUÊNCIAS NARRATIVAS COMPLETAS é um espetáculo concebido pelo artista João Sousa Cardoso, a partir da obra homónima do escritor e pintor Álvaro Lapa, numa construção – diferente a cada representação – entre o teatro e a conferência. Depois de Raso como o Chão (estreado no Teatro Nacional São João em 2012, apresentado no Teatro da Politécnica no Temps d’Images em Lisboa e reposto a convite do Museu de Serralves numa nova versão em 2018) SEQUÊNCIAS NARRATIVAS COMPLETAS aprofunda as questões dos anteriores trabalhos dedicados a Álvaro Lapa – onde se incluem A Carbonária (2008) e Barulheira (2015) –, tomando desta vez o último e o mais radical texto do autor. Habitado pelas personagens do universo lapiano que sempre voltam na pintura, no desenho ou na escrita, a linguagem torna-se aqui material físico, visual e sonoro puro, num diálogo fraterno com a vertigem e a polifonia de Finnegans Wake de James Joyce. No cruzamento entre as artes performativas e o labor do pensamento tornado visível, o espetáculo cruza a dramatização do texto, o monólogo interior, o relato diarístico e o ensaio sobre a vida íntima, doméstica e pública portuguesas, no encalço da revolução e da democracia. Mas, havendo Álvaro Lapa sido professor de João Sousa Cardoso, SEQUÊNCIAS NARRATIVAS COMPLETAS é sobretudo a atualização de uma conversa entre o antigo estudante e o velho mestre, ou entre dois artistas confidenciais ou ainda uma conversa do vivo com o fantasma tornado presente. Título: Sequências Narrativas Completas | Texto: A partir de Álvaro Lapa | Criação e Interpretação: João Sousa Cardoso | Cenografia: André Sousa | Direção Técnica: Miguel Ângelo Carneiro | Fotografia de Cena: Maria Begasse | Produção: Isalinda Santos | Assistente de Produção: Ana Pinto | Classificação Etária: Maiores 12 anos | Duração: 70 minutos (aprox.) | Coprodução: Teatro Nacioal D Maria II, Teatro Nacional São João, Teatro Viriato, Centro Cultural Vila Flor, Confederação
Em A terra vai vestindo roupas pretas pretende-se reflectir sobre o estado actual que vivemos. Mudanças galopantes que nos parecem um retrocesso vão emergindo. Mudanças que já deveriam ter ocorrido são adiadas eternamente. Será que o lugar confortável de hoje (2019) é centrado mais na busca pelo colectivo? No sentido do colectivo? Na defesa do colectivo através do individual? Na defesa individual pelo colectivo? A terra vai vestindo roupas pretas insere-se no projecto de pesquisa Places of Comfort . O projecto Places of Comfort (https://placesofcomfort.jimdo.com ) foi iniciado em 2011, e faz parte de um processo de pesquisa e questionamento focado no lugar, na identidade e na memória. Foi feito um arquivo fotográfico (todas as fotografias tiradas analogicamente) dos mesmos assim como uma listagem de acções que lhes são inerentes. O processo iniciou-se com a ideia de que haveria lugares específicos, onde cada um de nós se sentiria num equilíbrio perfeito, consigo e com o espaço em volta - os lugares confortáveis. O que seriam estes lugares? Seriam iguais para todos? Os meus seriam quais? Seria possível construir um deles?
"E sabeis… o que é pra mim o mundo?… Este mundo: uma monstruosidade de força, sem princípio, sem fim, uma firme, brônzea grandeza de força… uma economia sem despesas e perdas, mas também sem acréscimos, ou rendimento,… mas antes como força ao mesmo tempo um e múltiplo,… eternamente mudando, eternamente recorrentes… partindo do mais simples ao mais múltiplo, do quieto, mais rígido, mais frio, ao mais ardente, mais selvagem, mais contraditório consigo mesmo, e depois outra vez… esse meu mundo dionisíaco do eternamente-criar-a-si-próprio, do eternamente destruir-a-si-próprio, sem alvo, sem vontade… Esse mundo é a vontade de potência — e nada além disso! E também vós próprios sois essa vontade de potência — e nada além disso!” – Nietzsche, Fragmento Póstumo. rúptil | na era dos castigos incorpóreos é um projeto multidisciplinar e de carácter experimental. É estudado com o propósito de ser apresentado em espaços não convencionais, site-specific e capazes de proporcionar relações variáveis e opcionais entre a obra, o perfomer e o público. Transeunte, contínuo, frequência, acumulação, processo e criação são algumas das palavras e ideias chave, que em si, dão lugar à acção base e primordial deste projeto, o caminhar. Jean-Jacques Rousseau diz: “caminhar é dar forma, seguir um percurso, modelar com os pés, se o atendermos a concepções mais antigas. Esse andar que faz caminho, vaguear poético, pode ser visto como um passeio, mas também como exploração, como viagem surrealista ou deriva situacionista”. Dou inicio a este projeto por perscrutar mapas. Cartografar. Elaborar e planificar possíveis destinos. As motivações, as distâncias, as zonas e as durações variam entre cada viagem/percurso. Saliento a importância das fronteiras, a audácia, zonas célebres, outros centros, periferia e lugares olvidados. O registo/documentação acontece tanto de uma forma imperativa como instintiva. rúptil | na era dos castigos incorpóreos objetiva exactamente isso, que a acção de caminhar desafie e provoque que o performer/criador/caminhante, prossiga (em ato contínuo) registando, respigando, recolhendo, colecionando matérias e materiais que à posteriori, em estúdios e/ou em lugares temporários, se apodere das "matérias-primas" e desenvolva uma serie de esculturas essências e basilares da e para a performance. As esculturas projectam-se como anotações, registros, poéticas de rompimentos de fronteiras, resquícios de uma espécie de cidade fantasma e obsoleta. Mapeamentos. Objetos ritualísticos, brutos. Convocações, alegorias. Manipuláveis, vulneráveis. Construções e idealizações da condição humana. Fragmentos de uma história. Símbolos. Organismos complexos e em constante mutação. O performer é tempo, acção e espaço. É transeunte. É compositor e maestro. É minucioso, silencioso, e arbitrariamente o nada (o vazio como superação e como desejo). É água (mar). rúptil | na era dos castigos incorpóreos é um projeto na sua essência processual, nómada e recoletor. Uma ode à beleza do caos que é a nossa existência. Para além da performance, serão desenvolvidos três projetos paralelos, uma paisagem sonora, um livro de autor e um registo de vídeo documental.
[IRMÃ] cai no campo dos relacionamentos, o seu impacto na vida pessoal e como estes nos ensinam a enfrentar lutas e a criar reconciliações. Conhecemos outros seres e fazemos novas conexões diariamente, mas apenas algumas delas se tornam vínculos significativos e duradouros. Mas como conseguimos que isso aconteça? O que é preciso para nos aproximarmos de alguém? E, finalmente, o que isso significa? Partindo destas questões e tirando partido da nossa experiência partilhada, em [IRMÃ] considerámos a dinâmica que ocorre quando construímos relações próximas e como estas pessoas afectam a nossa percepção de nós mesmos e do ambiente circundante. Através de uma linguagem de movimento atlético, este dueto retrata momentos de curiosidade e abertura, incompreensão e frustração, ternura e conflito, vulnerabilidade e apoio. [IRMÃ] explora o processo em constante mudança de proteger o equilíbrio entre esses elementos, encontrando um terreno seguro onde a partilha e o crescimento são possíveis.
Aqui reside uma luta inglória por uma beleza extrema que se desfaz com a realização da fraqueza da nossa condição humana. É uma construção coletiva e uma destruição individual. Um sonho no qual não é permitido pestanejar. Uma Cena do Ódio como um Canto de Cisne. Esperamos D. Sebastião. Esperamos-te a ti, e somos contra ti assim como somos contra estar sós. É muito e mesmo assim não é suficiente. Experiência intimista entre movimento, som e observador que habitam nesta realidade simbiótica. Criação: Catarina Teixeira e FOQUE
Porque é aqui e agora que tudo acontece. É entre nós. De mim para ti e de ti para mim. Somos corpos presentes, ocupadores de espaço e palavra. Sobreviventes. Para sempre. A Morte do Artista é um Ato em progresso, um excerto de “Aqui e Agora”. Serão intimamente oferecidos uma história, uma dança, uma canção e um chá.
António Poppe é o artista convidado desta edição para participar da residência artística na qual irá desenvolver o seu trabalho. Durante o processo de criação, no dia 13 de setembro (19h), haverá uma performance-conversa a ser realizada na sala de exposições do Maus Hábitos, em que será possível conhecer o seu corpo de trabalho. Este será um momento importante de exploração, reflexão e conhecimento do seu percurso, possibilitando uma perspectiva mais ampla em diálogo com o público. Poppe cria entre a palavra, o desenho, a colagem e a meditação. A poesia sempre manifesta pelo pensamento aberto ao que vem, à performatividade, na sua lavrameditação. Concretiza-se também através do canto, da declamação num cruzamento instintivo de outras culturas e civilizações, que nos transportam a outros tempos e lugares.